MATCH POINT

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Muitos andam por aí tentando tomar a minha coragem, jogar todos os meus desejos no lixo, queimar todas as milhares de cartas que eu, por burrice, escrevi e não enviei aos seus destinatários, rasgar as páginas do meu diário e tirar sem dó nem piedade todo esse otimismo que insiste em permanecer dentro de mim. Pobres desses muitos. Em relação a isso a única que coisa que eu posso fazer é lamentar, lamentar, lamentar.

Coitados, pobres coitados. Conseguem ver as lágrimas que escorrem pelo meu rosto? São por vocês e são verdadeiras. Aproveitem, pois uma cena como essa partindo de mim é algo raro, justamente porque eu resolvi ser realista. REALISTA.
Notam? Eu, agindo exatamente do jeito que vocês tanto insistem em agir. Querem mostrar o quanto entendem do mundo, da vida, o quanto são bons em fazer previsões, e sempre as piores previsões. Ousam até a falar de amor e realidade ao mesmo tempo.
E é aí que eu ganho o jogo. É aí que a bola bate na rede e não volta pra mim. Cai do teu lado e você não pega. PONTO MEU, pois é aí que se contradizem. Porque pra mim a única explicação cabível para tal ousadia é a contradição.
Mas tudo bem, eu entendo, entendo que desconheçam o verdadeiro significado da palavra amor e mais ainda da palavra realidade de que tanto insistem em falar, repetir e jogar na minha cara com essas mãos imundas.
A verdade é que são os seres mais asquerosos e repugnantes que eu já vi em toda a minha vida. E agora, se me permitem, eu lanço uma pergunta: QUEREM MAIS REALIDADE QUE ISSO?


Perdão, (sejam verdadeiros/realistas) mas quem ganhou o jogo?







eu.