
Eu era a última da fila. Seis pessoas em minha frente. Estava ansiosa, de cabeça baixa, batidas rápidas no coração. Não queria que você me visse, não naquela hora. Eu queria mesmo era surpreender para ver sua reação, portanto procurei ser discreta.
Você sentado na mesa, a uns 5 metros de distância, rodeado de livros e sorrindo sem-graça, porém feliz.
Eu carregando meu instrumento de trabalho, como sempre, e você ali graças ao seu.
Era a segunda vez que iríamos nos ver. A primeira tinha sido há seis anos atrás.
Apesar de não acreditar no acaso, eu acreditava na sorte e digo, eu estava ali por pura sorte e graças a um cartaz. É, um cartaz.
O local não estava cheio, porém havia uma quantidade razoável de pessoas, que pareciam muito agradáveis por sinal, e sua maioria demonstrava ter grande gosto pela leitura.
Três pessoas, duas, uma. Eu era a próxima. Minha pele estava esquentando, minhas mãos suando, minhas pernas tremendo.
A pessoa na minha frente saiu. Dei um leve passo, me aproximei da mesa, levantei a cabeça e olhei fixamente para você, que retribuiu o olhar.
Um minuto, dois minutos, quinze minutos. Quinze minutos foi o tempo exato que ficamos nos olhando sem dizer uma palavra, e por incrível por pareça não fomos interrompidos.
Você levantou e fez um gesto com a cabeça para que eu te seguisse e eu o fiz.
Táxi, quarto de hotel. Falar não era o nosso forte. Passamos a noite quase toda em silêncio.
A melhor noite da minha vida teve o silêncio quebrado na cama, por alguns sussurros e palavras de amor.
1 Comments:
cada cena imaginada até consumar o final, na noite, no quarto de hotel e nas palavras de amor. nem precisa de continuação.
Post a Comment
<< Home