Wednesday, May 17, 2006

O gosto ou a prática do galanteio é um vício, como o jogo,
como a embriaguez, como a luxúria: não amar, mas simular
amor, ouvir e dizer finezas, sonhar brincando futuros de
duas vidas identificadas em uma, pelo estreito enlaçamento
dos corações, trocar suspiros e flores, trocar um anel de
madeixa por um retrato, permitir um aperto de mão e às
vezes pagá-lo, tolerar na valsa o abraço não duvidoso para
quem o recebe, consentir em que lhe escrevam cartas de
amor, e ousa escrevê-las, eis os mais simples, e os menos
arriscados atrevimentos do galanteio ou do namoro, que
se afigura inculpável e permitido a algumas jovens imprudentes.

Vítimas Algozes, pág 148 - terceira parte.



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