Thursday, February 08, 2007

"Puta que pariu, deu vontade de mandar ele tomar no cu."
PAAAAAFFF!!
Minha vó me deu um tapa na boca e do banco da frente (estávamos no carro) minha mãe falou: "isso, mãe. Pode bater, bata mesmo." Eu? Dei risada. Ela não bateu com força e o tapa não vai mudar nada. Eu vou continuar xingando mesmo, sei disso. Não que eu me orgulhe de tal coisa, mas.. Sabe como é, né?
Desci do carro me achando a boa filha. "Deixa que eu vou pegar o pão. Volto agora". Peguei o pão e fui pro caixa pagar. Demora, demora, demora. Tinha um menino, uma criança demorando pra pagar. Nossa, como ele demorava! Eu já estava batendo a perninha de tanta raiva quando PLOFT!
O saco com os pães caiu no chão e furou. Fiquei puta da vida mas disfarcei. Odeio ter que disfarçar, odeio ter que bancar a educada de bom-humor na hora que eu de educada não estou com nada e o bom do humor foi passear.
Voltei pro carro e foi aquilo né?
"Quem já viu uma mocinha xingar?"

Ah, tá bom vovó. Quer dizer que se eu fosse homem eu poderia soltar palavras escrotas toda hora, né? Disfarcei de novo. Na verdade eu queria ter falado umas boas coisas. Algumas palavras enraivecidas, quase que fazer um discurso de pessoa que odeia sexismo, mas me segurei. Imagina só, minha vó (sei bem como é minha vó) iria ficar assustada, coitada.
Sabe vovó, eu não xingo por achar bonito não. Aqui em casa não tem saco de pancadas e eu não ando frequentando academias ou praticando esportes. Eu xingo para liberar as energias, para tentar soltar um pouco da minha raiva, ou até mesmo para sentir um pouquinho de prazer, é verdade. E as 'mocinhas' também merecem se deliciar com as palavras feias sim.

e eu não posso permitir que apenas pelo fato de eu ter uma vagina no meio das pernas eu tenha que pensar nas palavras que eu digo, não é mesmo minha gente? Porque, puta que pariu, soltar um belo (?) de um palavrão pode ser muito gostoso as vezes.



(não, eu não sou desbocada. tive que exagerar apenas para melhorar o discurso)

Friday, December 01, 2006

conseguiram me cansar, as datas.


Eu devia ter 7 anos no máximo. Na minha casa não pegava Tv Cultura, pois não tínhamos antena parabólica ainda, o que me fez lembrar de quando meu pai colocou uma lá em casa e da minha carinha de felicidade com o ocorrido.
Na verdade eu tinha um pouco de vergonha de ir na casa dela (eu era bem pouco extrovertida), que era na rua de trás, isso porque muitas vezes eu chegava lá e ela queria brincar. Brincar? Eu não ia para brincar, ou pelo menos essa não era a maior das minhas intenções.
Acho que fiquei foi mal-acostumada, é verdade. E agora penso que ela deve ter percebido. Das primeiras vezes que cheguei na casa dela sempre a encontrei sentada no tapete, comendo alguns biscoitinhos e com os olhos, que não piscavam um segundinho sequer, grudados naquela televisão antiga. Bom, pelo menos ela tinha a tal da antena parabólica, e pegava a Tv Cultura.

Alguém me atendia na porta e mandava eu entrar. Outra porta, uma que dava direto na sala da televisão. Eu ficava parada, olhando a televisão e a minha amiguinha, de mesma idade que eu, esperando que ela olhasse para mim, mandasse eu entrar e sentar no chão do seu lado. Nossa, como ela demorava! Maldita televisão que prende os olhos das criancinhas e não quer mais deixá-los ir.
É, ela demorava, mas enfim levantava e ia até a porta. Dava um sorrisinho e me chamava para sentar com ela, os biscoitos e a televisão. Agora eram dois pares de olhos presos. Os meus e os dela.
E isso foi acontecendo durante tardes e tardes. Às vezes eu dava um tempo, sabe? "Educação mandou lembranças e blablabla." Depois voltava.
O tempo foi passando. Eu chegava lá esperando encontrá-la sentada naquele mesmo tapete, mas encontrava uma menininha querendo brincar. Deus, como é que pode? ELA QUERIA BRINCAR NA HORA DO "SÍTIO DO PICA-PAU AMARELO!"
Como isso era possível? Era difícil entender. Na verdade eu nunca entendi até hoje, e também não precisa. Éramos crianças, e vocês conhecem as crianças.
Eu, como era de se esperar, voltava para casa meio frustrada esses dias.
Enfim, depois de algum tempo meu pai colocou a parabólica lá em casa e agora eu só ia até a casa dela para brincar mesmo, o que fez com que as minhas idas até lá se tornassem menos frequentes.
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Tá. Agora vou falar a verdade.
Aquela antena parabólica na minha casa não me traz ótimas lembranças. Não traz, porque eu simplesmente parei de assistir o programa. Acho que vi algumas pouquíssimas vezes e parei. Definitivamente. Não tinha mais graça. Nem o programa e nem as minhas tardes.
Creio que o programa era uma desculpa que eu inventava para me enganar. Uma desculpa boba até, uma desculpa que não machuca, não prejudica. Uma desculpa saudável, que eu utilizava para poder ir na casa daquela menininha a maioria das minhas tardes. Mas para quê? Para quê se ela muitas vezes dispensava o programa para brincar?

Eu não sei, sabe? Realmente não sei. Mas bendito seja Monteiro Lobato, benditos sejam aqueles atores, benditos sejam os produtores e diretores daquele programa.


E finalmente: obrigada, Hortência.

Wednesday, October 18, 2006

é só uma questão de honra, amorzinho

Resolvi botar no papel uma conclusão a que cheguei, na verdade é uma conclusão já concluída por um outro alguém, ou por vários outros alguéns.
É engraçado como as pessoas não conseguem se respeitar, e o mais engraçado ainda é que me parece que elas têm uma grande necessidade de faltar com o respeito para com outro alguém. É uma coisa recíproca. Vai e volta, vai e volta, vai e volta, e continua indo e voltando até que alguém tenha coragem de ceder, de ouvir o que não se quer ou muitas vezes até apanhar calado.
E em relação a isso tem algumas coisas que eu quero muito saber, que é onde, como, porque isso começou e porque permanece incrustado nas pessoas em todo lugar que se vai.

"Falando" assim parece até que eu (logo eu) estou livre de tal enfermidade, hein. Não estou, nem um pouquinho. Isso aqui é uma autocrítica.


Na verdade acho que não tem jeito, está grudado na sociedade, é algo que já faz parte do nosso ser, da nossa sombra. Infelizmente eu (e você não tem que estar de acordo) tenho que admitir que nós já nascemos assim, e pra mudar...

Ok, falar em mudar agora é piada. Vamos rir.

Sunday, October 15, 2006

Ele não morreu, nós morremos (eu & ele).
Pelo menos a minha consciência está limpa, porque eu estou livre
de qualquer culpa, qualquer culpinha sequer.


OK, eu perdi um amigo e posso lidar com isso.

Tuesday, October 10, 2006

Estou olhando para a minha "página inicial" do msn e não estou vendo meu pai online. É, meu pai, e isso já parou de soar estranho faz muito tempo. Estranho mesmo é o fato de que ele não está online, pois são 22:00PM e é hora dele estar online.
Eu nem sei porque eu notei isso, com que propósito, mas acho que foi peso na cosciência, ou então o filme que eu acabei de assistir (eles costumam influenciar). É sempre assim.
Na verdade ele sempre está online e eu nunca (raramente) abro uma janela para conversar, eu nunca me sinto tentada ou com vontade de clicar naquela coisinha verde, porque eu não tenho nada pra falar, aliás, eu finjo não ter.
Outro dia eu fui deitar e me peguei fazendo declarações para ele, e eu lembro que dessa vez foi sim um filme que eu tinha acabado de assistir. Claro que eu não estava com uma caneta e um papel na mão, pois nessas horas eu nunca estou, mas na minha cabeça eu consegui chegar até o verso de uma folha, o que não é muito, mas já é um bom começo se for parar para comparar com as poucas palavras que eu digo, que são as mesmas de sempre.
Faz alguns dias que eu não tenho notícias, e agora estou sentindo mal, talvez 1/3 do que ele sente quando eu não dou notícias, quando eu não ligo, quando eu não mando sequer uma mensagem, carta, oi.
Estava pensando em fazer uma ligação há alguns minutos atrás, mas achei que não era hora, "está tarde", o que é uma desculpa bem esfarrapada, desgraçada até, porque eu não me importaria de acordá-lo e nem ele se importaria de ser acordado por mim ou por qualquer um dessa casa.

Não sei mais o que dizer, estou ficando cansada. Amanhã eu ligo e tento falar algo mais do que as míseras e poucas palavras que eu sempre falo, porque mudar o discurso, ou pelo menos acrescentar algumas coisas a ele me parece necessário.


O meu nome, amigo? É FALTA DE ATITUDE, e eu sou filha do meu pai (que eu tanto amo).

Thursday, October 05, 2006

Ultimamente eu não estou valendo nem o suor que cobre a minha pele.

Tuesday, September 19, 2006

Wednesday, September 13, 2006

eu ia começar a reclamar da vida exatamente agora, mas acabei de lembrar que outro dia eu disse pra alguém que reclamar da vida é algo bem feio e...

Seria bom que me esquecessem por uns dias. Tudo bem, vou reformular. Seria bom que a maioria das pessoas me esquecessem por alguns belos dias. Na verdade se metade das pessoas que eu quero que me esqueçam fizessem isso eu ficaria eternamente agradecida, não sei a quem, mas ficaria. Seria bom também se eu esquecesse essa merda de gente que vive a me deixar doida, mas seria bom que eu esquecesse não só por alguns dias, mas por todos os dias (mentira).

Monday, September 11, 2006

ê povinho podre, hein.

(tá se sentindo ofendido por que? não foi com você não, amigo.)

Friday, September 08, 2006

ai como eu queria lembrar aquela palavra que ela falou ontem.
que droga, hein. eu demorei para aceitar, mas é exatamente o
que está acontecendo comigo agora.
mentira, eu aceitei logo de primeira, aquilo ali foi só fingimento
pra dar uma de "sofrida".


merda.