Não acredito que já estamos deixando JULHO
para trás.

os dias sempre conseguem parecer os mesmos, sempre.
hoje é ontem, que é o dia antes de ontem, que é o dia
anterior. amanhã vai ser hoje, que é o dia antes
de ontem, que é dia anterior.

mas me disseram que depois de amanhã
muda, e eu rezo para que seja verdade.

MATCH POINT

http://www.imdb.com/title/tt0416320/

Muitos andam por aí tentando tomar a minha coragem, jogar todos os meus desejos no lixo, queimar todas as milhares de cartas que eu, por burrice, escrevi e não enviei aos seus destinatários, rasgar as páginas do meu diário e tirar sem dó nem piedade todo esse otimismo que insiste em permanecer dentro de mim. Pobres desses muitos. Em relação a isso a única que coisa que eu posso fazer é lamentar, lamentar, lamentar.

Coitados, pobres coitados. Conseguem ver as lágrimas que escorrem pelo meu rosto? São por vocês e são verdadeiras. Aproveitem, pois uma cena como essa partindo de mim é algo raro, justamente porque eu resolvi ser realista. REALISTA.
Notam? Eu, agindo exatamente do jeito que vocês tanto insistem em agir. Querem mostrar o quanto entendem do mundo, da vida, o quanto são bons em fazer previsões, e sempre as piores previsões. Ousam até a falar de amor e realidade ao mesmo tempo.
E é aí que eu ganho o jogo. É aí que a bola bate na rede e não volta pra mim. Cai do teu lado e você não pega. PONTO MEU, pois é aí que se contradizem. Porque pra mim a única explicação cabível para tal ousadia é a contradição.
Mas tudo bem, eu entendo, entendo que desconheçam o verdadeiro significado da palavra amor e mais ainda da palavra realidade de que tanto insistem em falar, repetir e jogar na minha cara com essas mãos imundas.
A verdade é que são os seres mais asquerosos e repugnantes que eu já vi em toda a minha vida. E agora, se me permitem, eu lanço uma pergunta: QUEREM MAIS REALIDADE QUE ISSO?


Perdão, (sejam verdadeiros/realistas) mas quem ganhou o jogo?







eu.

NÃO FOI POR FALTA DE AVISO, HEIN. OLHA DIREITO (mais uma vez) QUE VOCÊ VÊ.

PISCAR OS OLHOS é completamente arriscado em determinadas situações.


procure não perder pequenos 'pedaços' de imagens. eles vão e jamais voltam.
não pisque!

lembra o hotel do "the shining" (cheio de amor)

Eu era a última da fila. Seis pessoas em minha frente. Estava ansiosa, de cabeça baixa, batidas rápidas no coração. Não queria que você me visse, não naquela hora. Eu queria mesmo era surpreender para ver sua reação, portanto procurei ser discreta.

Você sentado na mesa, a uns 5 metros de distância, rodeado de livros e sorrindo sem-graça, porém feliz.
Eu carregando meu instrumento de trabalho, como sempre, e você ali graças ao seu.

Era a segunda vez que iríamos nos ver. A primeira tinha sido há seis anos atrás.
Apesar de não acreditar no acaso, eu acreditava na sorte e digo, eu estava ali por pura sorte e graças a um cartaz. É, um cartaz.
O local não estava cheio, porém havia uma quantidade razoável de pessoas, que pareciam muito agradáveis por sinal, e sua maioria demonstrava ter grande gosto pela leitura.

Três pessoas, duas, uma. Eu era a próxima. Minha pele estava esquentando, minhas mãos suando, minhas pernas tremendo.
A pessoa na minha frente saiu. Dei um leve passo, me aproximei da mesa, levantei a cabeça e olhei fixamente para você, que retribuiu o olhar.

Um minuto, dois minutos, quinze minutos. Quinze minutos foi o tempo exato que ficamos nos olhando sem dizer uma palavra, e por incrível por pareça não fomos interrompidos.

Você levantou e fez um gesto com a cabeça para que eu te seguisse e eu o fiz.

Táxi, quarto de hotel. Falar não era o nosso forte. Passamos a noite quase toda em silêncio.

A melhor noite da minha vida teve o silêncio quebrado na cama, por alguns sussurros e palavras de amor.

"São falsas as minhas amizades, nascidas do acaso e crescidas na mediocridade, tão pouco intensas... São falsos os beijos que timidamente dei em alguns meninos da minha escola: mal encosto os lábios, sinto uma espécie de repugnância, e poderia fugir pra bem longe dali quando sinto a língua deles se enfiando desajeitada. É falsa essa casa, tão pouco parecida com o estado de espírito que tenho agora. Queria que de repente todos os quadros saltassem das paredes, que pelas janelas entrasse um frio gélido e congelante, que ganidos de cães tomassem o lugar dos cantos dos grilos.

Quero amor. Quero sentir meu coração se derreter e quero ver as estelactites do meu gelo se quebrando e afundando no rio da paixão, da beleza."

100 escovadas antes de ir pra cama - Melissa Panarello.


É a terceira vez que eu leio, e a primeira que eu presto tanta atenção em trechos como esse.

Perguntou se eu costumava lembrar do passado e com que frequência acontecia. A resposta demorou a sair, mas saiu.

CÍRCULO VICIOSO

Tenho pensando muito nessa história de que "os últimos serão os primeiros", e ela me parece completamente estranha ou ao menos sem sentido.
Se os últimos serão os primeiros obviamente os primeiros serão os últimos. E quando os últimos forem os primeiros, voltarão eles algum dia a ser os últimos? E a ser primeiros, e a ser últimos, primeiros, últimos e primeiros. Afinal, acabarão eles sendo os últimos ou os primeiros?
E os do meio? Porque penso eu que há os intermediários, assim como há a classe média entre os ricos e pobres e eu não poderia citar melhor exemplo que esse.
Serão os intermediários algum dia os primeiros? Últimos? Ou serão eles sempre os intermediários e ponto? Já pensou que triste?
- Oi, quem é você?
- Eu sou o último e você?
- Eu? O primeiro, idiota.
- Jura? Recebi uma carta (não sei de onde) e adivinha quem vai ser o
primeiro amanhã? HAHAHA, otário.
- Ei muleque, tá fazendo o que aí parado?
- Nada. Eu sou intermediário, vivo entre vocês dois e sempre será assim.

Crueldade, hein, que crueldade.
Ser o primeiro e de repente se tornar o último. Ou seriam os primeiros capazes de se tornar intermediários de repente?
Não. Não está escrito que eles podem se tornar intermediários, está escrito que os últimos serão os primeiros e nada mais.

Estou eu sendo enganada?

"OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS." OU "OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS ..."?

Pessoas indo e vindo, entrando e saindo (da minha vida) , correndo de um lado para o outro
muitas vezes sem direção ou sem algum objetivo em mente, e eu que vivo a pensar no futuro
para tentar alcançá-los (os tais objetivos) nem ao menos consigo sair do lugar.

EU POSSO TUDO,






e é bom saber.

Aí já são "outros quinhentos"

O que eu posso te oferecer de concreto é bem pouco, mas deveria ser o suficiente para você, porque eu no seu lugar adoraria receber o que eu tenho pra te dar.
De concreto eu só posso te oferecer o meu corpo, e cabe a você aceitar ou não.
Mas deixemos o concreto de lado (por um instante) e pensemos no abstrato. Desse aí eu posso te dar muito, e me perdoe a falta de números ou exatidão, acontece que não foi possível medir.

Não posso negar que adoro muitas coisas que ocupam certo lugar no espaço, principalmente se for no espaço da cama e do meu lado, e sinceramente não sei dizer se preferiria, nesse caso, o concreto ou o abstrato.

Ah, esqueçamos tudo que eu falei.
Sem o abstrato não se vive, sem ele podemos decretar morte, tudo vira pura pedra, tudo fica muito frio, mas se é que eu posso mesmo ser sincera, sem o concreto eu prefiro morrer.

Que digam que as nuvens são brancas, mas saibam que estão dizendo uma mentira. É, isso foi mais uma das coisas inúteis que eu absorvi em alguma das minhas noites, onde eu deitada no sofá assistia mais um filme e me deixava impressionar por todos aqueles diálogos que eu costumo chamar de inteligentes, "diálogos inteligentes".
É engraçado como eu consigo deixar meu queixo cair e meus olhos se abrirem mais, mais e mais, o que é algo que eu sei fazer bem, muito bem. Mais engraçado ainda é eu perceber a minha mudança de expressão e não fazer nada para mudar, o que me leva a concluir que eu ADORO a minha cara de boba no momento em que estou a presenciar determinados diálogos e imagens, mesmo que seja através de uma tela.

Esqueça.
Esqueça, dizem que é pecado e você não irá para
o céu se continuar com esses pensamentos e vontades
estranhas que surgem do nada.



'do nada' é uma porra.
eu sei muito bem de onde
tais pensamentos e vontades saem.